Resenha: Retrato do Meu Coração

sexta-feira, 4 de outubro de 2013



Margaret Hebert, por sua estatura, sempre se destacou entre as crianças de sua idade. Magricela e desengonçada, a única atenção que recebia dos meninos, em especial do futuro duque de Rawlings, se resumia a provocações e brigas.
Mas não há nada que o tempo não mude, e com Maggie não foi diferente. Passados cinco anos, a Srta. Hebert cresceu, e os vestidos que antes ficavam largos e desajeitados agora são perfeitamente preenchidos por suas belas curvas. Ela não se dá conta disso, ao contrário dos homens a sua volta - inclusive o conquistador Jeremy Rawlings, que, ao retornar da universidade, descobre que a implicante amiga de infância tornou-se uma bela mulher.
E qual não é a surpresa de Maggie ao perceber as transformações do menino para o qual ela nunca perdia uma luta? Será possível que em apenas cinco anos ele tenha se tornado um homem tão... atraente?
No entanto, tudo parece conspirar para que eles não fiquem juntos. Em meio a um noivado, uma misteriosa princesa indiana, uma carreira de artista e uma família pouco compreensiva, será que os jovens conseguirão vencer os preconceitos - dos outros e os próprios - em nome do amor?

Confesso que demorei a me conformar com o orgulho e falta de comunicação entre esses dois. Mas depois fica tudo tão perfeito que você deixa de se importar.


Quando ambos se reencontram depois de tanto tempo não conseguem entender como podem ser as mesmas pessoas. Jeremy, galanteador de plantão, decide ter para sí a amiga de infância, mas quando é rejeitado por ela, com o ego um tanto quanto machucado, ele decide ser alguém que a mereça e então vai para o exército. 
-Por que não? - perguntou ele numa voz baixa e grave que o tio nunca ouvira.  -Como assim? - retrucou Edward, espantado. -Por que não Maggie? - Seu tio percebeu, com cautela, que Jeremy tinha as mãos fechadas. - Não pensa que ela seria uma boa duquesa? Não acha que ela serve para mim? [...]  -Pelo contrário - respondeu, num tom gentil que constrastava com as palavras duras que pronunciou. - Maggie seria uma esplêndida duquesa. É você, meu rapaz, que não serve para ela. [...] Não, você não merece Maggie, ou qualquer outra mulher decente, porque não passa de um vadio.
Ele passa cinco anos longe e nenhum dos dois trocam cartas nesse meio tempo. O único meio de saber um do outro é pela tia de Jeremy, Pegeen. E por essa atitude, causada por teimosia, boatos surgem e ao invés de serem solucionados crescem como erva daninha.

Segundo os tablóides dos jornais em Londres, Jeremy está noivo de uma princesa indiana, coisa na qual ele nega veementemente quando retorna da Índia, mas qual é a surpresa dele ao descobrir que Maggie está noiva de um francês?

Agora ele terá que recuperar o tempo perdido por orgulho, fazê-la acreditar nele e largar o noivo. Mas como um bom soldado ele tem suas táticas e, sem dúvidas, Jeremy tem um plano infalível.
Jeremy não ouvia os protestos de Maggie, ou, se os ouvia, não entendia. Ele só sabia que finalmente, depois de cinco longos anos, Maggie estava exatamente onde sempre quisera vê-la [...] E desta vez não haveria interrupções. Ele cuidara bem disso. Não haveria ameaças de tios, mordomos à espreita, nem noivos convencidos. 
Jeremy é do tipo libertino, mas que tem uma das atitudes mais lindas de amor para uma mulher: tentar ser alguém melhor para merecê-la. Sem contar é claro no físico dele que é perfeito. Maggie é do tipo revolucionária e, depois da morte da mãe, tem toda a família contra ela por conta disso. E esses dois juntos são cenas cômicas garantidas!
- O que aconteceu com seu nariz? - perguntou Maggie. Jeremy baixou a mão que protegia o rosto e a encarou, furioso.  - Ele quebrou, está bem?   - Ao que parece muitas vezes. [...] - Como assim não se usa pistola na Índia? Todo mundo se esboeteia? - Nem todos [...] Mas quando os outros oiciais e eu tínhamos uma discórdia, recorríamos a... - Vocês se atacavam? -[...] E você deve ter perdido muitas vezes, a julgar pelo aspecto desse nariz. - Não é verdade - começou Jeremy irritado. - Aliás, eu... - Por que sua pele tem essa cor estranha? - quis saber Maggie. Jeremy a encarou.   -Eu tinha me esquecido - disse ele como que para si mesmo - o quanto você é encantadora ao acordar.

Como nos outros livros de época da Meg (neste com o pseudônimo de Patricia Cabot) a estória não foca somente no romance. Tem toda uma série de atentados que ocorrem ao Jeremy e que para a minha total vergonha e judiação do meu orgulho errei o culpado. 

Os personagens coadjuvantes são hilários. Augustin, noivo de Maggie, é um fofo, mas a amiga da escola de arte da Maggie, Berangère é a melhor!
-O que é isso? A sempre alegre mademoiselle Marguerethe está triste? C'est impossible! [...] Eu pensava que vocês, mulheres inglesas, não se permitiam a luxúria de ficar de mau humor. -Não estou de mau humor - corrigiu-a Maggie com um suspiro. - Não propriamente... -Não? Então está imitando direitinho, princesse.

O livro é extremamente fofo e quente, sem contar a capa que é daquelas 'amor a primeira vista'. Vale a pena ver o que Jeremy perdeu por orgulho e tenta reconquistar com determinação. E que determinação!!
- Eu não quero uma garota como Maggie - retrucou Jeremy, interrompendo o tio. - Eu quero a Maggie.

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