Resenha: Jogos Vorazes

Matar ou morrer. Não há escolha. Na arena, o mais capaz vence. Que os jogos vorazes comecem!

Conheci Jogos Vorazes com o burburinho do povo, mas foi um livro que me deu certas reservas pois aconteceu o mesmo com a 'Saga Crepúsculo' e eu fiquei desiludida com ele, então enquanto todos iam em direção a pilha de livros do Jogos Vorazes nas prateleiras da livraria, eu seguia na direção oposta. Mas a estória começou a aguçar a minha curiosidade, até que um amigo me deu o primeiro volume da série de presente de aniversário. E não é que eu gostei?!

A América do Norte acaba e em seu lugar surge Panem. Formada por 13 distritos e comandada pela capital com mãos de ferro. Então uma guerra acontece. Os distritos se unem contra a capital. Após o término da batalha um evento anual ocorre, criado para relembrar quem venceu a guerra. Quem tem o poder.

 O 13 foi destruido no fim da guerra, onde quem sai como vencedora é a Capital, que cria os Jogos Vorazes, um show televisivo onde os participantes tem que lutar até a morte. São selecionados um casal, de 12 a 18 anos,  de cada distrito. No primeiro ano o seu nome só aparece uma vez e a cada aniversário se acrescenta mais um, mas você pode pedir suprimentos extra e isso faz seu nome ser acrescentado mais vezes ao sorteio.

 Katniss e a família vivem no Distrito 12, agora, o último e mais pobre distrito de Panem, e no dia da Colheita, sua Irmã Prim, que esta participando de seu primeiro sorteio, é escolhida e Katniss se oferece para ir como tributo no lugar dela. Junto com ela ira Peeta, um menino que a ajudou em seu passado.

-Eu me ofereço! - digo eu arquejando. - Eu me ofereço como tributo! [...] Em alguns distritos  em que vencer a colheita é uma grande honra, as pessoas ficam ansiosas para arriscar sua vida, o que torna o voluntariado algo bem complicado. Mas no Distrito 12, onde a palavra tributo é quase sinônimo de cadáver, voluntários estão mais do que extintos.

Para sobreviver, Katniss terá que fazer muito mais do que lutar e suas ações não refletirão somente em si, mas em toda uma nação. Será que ela aguentará a reação de suas próprias atitudes?

-[...] Vamos lá, todos juntos! Uma salva de palmas para nosso mais novo tributo! [...] Para eterno crédito da população do Distrito 12, nem uma só pessoa bateu palmas. [...] Então, em vez de agradecer ao aplauso, eu fico parada enquanto eles participam da forma mais ousada de protesto que conseguem. O silêncio. O que quer dizer que nós não concordamos. Nós não perdoamos.

Este é um dos melhores livros da série. A Katniss é uma personagem que me irrita as vezes, mas isso não me impediu de chorar horrores com ela e torcer para que vencesse, e o Peeta, pra mim, é um porre e os diálogos entre eles na arena são estressantes. Isso pra mim, claro! Tenho amigas que são apaixonadas por ele.

Esse livro não tem personagens que me cativaram muito, apesar de contar com umas cenas engraçadas. Fiquei deprimida com o Gale porque é alguém que poderia ser muito mais trabalhado, sem contar outros personagens que só estavam lá, mas isso não me atrapalhou a ler o livro em um dia e, se isso te conforta, essa situação melhora, e muito, com o segundo livro. 

"Bem se vocês trabalharem o carvão com tenacidade, ele vai se transformar em pérolas!" - Effie Trinket nos mira com tanto brilho nos olhos que não temos escolha a não ser responder à sua esperteza com entusiasmo. Mesmo sabendo que está equivocada. Carvão não se transforma em pérolas.

A trama política é fantástica e vale a pena ler cada palavrinha. É impossível não se surpreender e temer o que as atitudes da mocinha, que parecem inofensivas, causam. 

Ótimo livro! Fui pega totalmente de surpresa, e, olha, que surpresa boa!

Peeta dirige o olhar para Haymitch. - Ela não faz ideia do efeito que causa.